sexta-feira, 3 de outubro de 2008







O reverso do meu verso

Os versos que escrevo
Na calada da noite
Ou em meio às conversas
De um jogo de futebol
Ou dos filhos a escutar música
Não são verdades exclusivas minhas
Podem ser verdades de outrem...
Essas verdades que exponho à análise
São realidades que a vida imprimiu
A cada dia, em alguém ou em mim
Para que deixássemos transbordar o cálice...
E, antes que todo ele derramasse
Fomos obrigados a sorvê-lo
Com sabor doce ou amargo...
Talvez alguém pensasse
No amargor de uma desilusão
E, não de imediato, falasse
Das angústias do seu coração...
Talvez alguém quisesse
Do cálice da vida sorver
Somente o néctar e a doçura...
Mas a vida é o antes e o depois
Tem máscara que encobre os desalentos
Desenganos, atropelos e amarguras...
Tem olhos que falam verdades e dores da alma
Tem boca que silencia o que a mente quer falar
E ouvidos que não querem ouvir
As realidades das caminhadas livres
Nem escutar as vozes dos sonhos e das utopias...
Fazer das verdades invisíveis
Só momentos de ternura
É assim declamar para o mundo ouvir
O reverso dos versos possíveis
Que se perderam muito além
Dos sentimentos embotados
Na imaginação de sonhos impossíveis
Que ficaram aquém...
O tempo escorre pelas nossas mentes
A vida exaure em cada decepção
E, num misto de prazer e dor
Nem percebemos que tudo é fugaz
Mas que viver os sonhos e as fantasias
Mesmo vestidos de alguma nostalgia
Vale a pena!
O que importa ao ser humano
É não passar pela vida apenas.

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