sábado, 9 de agosto de 2008




Prece

Senhor, no alvorecer desse novo dia
Peço que dirijas Teu olhar de Pai
A todos o s homens da Terra!
Aos que Te louvam e Te reconhecem
Como o Deus vivo e verdadeiro
Protege-os do mal
Aos que Te negam e não Te reconhecem
Como o único Senhor do Universo
Converte-os ao Teu amor!
Volta o teu olhar piedoso a essas criaturas
Que vivem nas trevas!
Senhor, olha para as crianças abandonadas
Sem carinho e sem afeto
Que ainda não escutaram a tua palavra.
Enche o seu viver de ternura
E leva-as ao encontro de um lar
Que lhes dê amor!
Olha para Teus filhos, escravos dos vícios
Jogados nas sarjetas, desrespeitados
Que disputam comida com os animais
Nos grandes lixões da vida...
Protege as mães abandonadas pelos maridos
Que vivem à mercê da sorte...
São molambos de gente que a vida abandonou.
Pai de misericórdia, volta o teu olhar complacente
Para essa humanidade errante, inconseqüente
Que, em nome do progresso, destrói sua morada
Com ações que impossibilitam a vida futura!
Que os dias cinzentos de angústia e tristeza
Transformem-se, pelo clarão da Tua palavra
Na mais bela aurora!
Que possamos, Senhor, aplaudir o nascer do sol
E a vida que renasce a cada amanhecer!
E, ao pôr-do-sol, possamos agradecer-Te
A noite que chega, com promessa de paz.
E assim, numa prece de agradecimento,
Em genuflexão, louvar aTi, o Criador
De todas as coisas!
Amém.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008


Conto minimalista
Carona Fatal

A professora passa pela rua onde há um bar. Um ex-aluno acena para ela. Oferece carona. Ela reluta, mas aceita.
Sobem na moto e ela indica por onde deve passar para chegar a sua casa. Ele parece não ouvir. Segue em velocidade por outra via. O dia declina.
A moça, desconfiada das intenções do cara, grita:
-Pára! Aonde você me leva? Vou pular! Vou...
-Não!
E a máquina possante chega ao topo da ladeira, como se quisesse atingir as estrelas. A moça, ao fazer da moto seu trampolim, salta e mergulha no vazio. Cai como uma estrela cadente e apaga-se no asfalto.

a

terça-feira, 5 de agosto de 2008


Um olhar...

No meu mundo interior
Vejo um sol de meio dia
Queimar os pés magrinhos
De crianças em agonia...

Têm nos olhos opacos
A luz apagada da esperança
Falta-lhes uma côdea de pão
E a fantasia da infância...

Parece que a vida
Enrodilhou-se por dentro
E da parte vivida
Restou um corpo sedento
De alma caída...

São seres esquecidos
Que tento recolocar
Na mente de mulheres e homens
Que se dizem cidadãs e cidadãos
Que somem simplesmente...
Mas aparecem quando é eleição.

Idéias insolentes
De mentes apagadas
Num mundo inconseqüente
Onde tudo virou noite...

E a negra noite devorou tudo:
As crianças sem esperança...
Decepou desejo, sonho, ilusão
Na realidade da autofagia
Nesse mundo sem pão...
E isso não é magia, não!

Volto a olhar e miro
Miro e vejo: aqui, ali, adiante
Crianças de carinhas sujas
Pés no chão, sem alegria
Nas mentes apenas “garatujas”...

... De sonhos roubados
Apagadas as belas fantasias
No sol de meio dia...

CAÇADOR MENINO

Poema

Na tela, o retrato da infância abandonada
pintado com as lágrimas da indignação
e com as cores da revolta e da dor...
Para onde vais com esse olhar perdido
na imensidão do infinito desconhecido?
São imagens que parecem sufocar nas cores
as mágoas contidas e a dores latentes
no mais escondido do teu corpo e da tua mente.
O’ Menino Caçador, no teu semblante mudo
e no teu olhar disperso, há um grito silencioso
que te chama, antes da hora, para a faina diária!
Há uma voz no silêncio do dia que clama...
Que implora pela necessidade diante da carência.
Uma voz que se completa com a decisão inadiável
de levar a casa, a caça que mitigará a fome...
Fome física que maltrata, aniquila e consome!
Na tela, o corpo pequenino, cansado e abatido
Irrompe em cores diversas! São cores do desprezo
do abandono, num pedido de complacência e amor!
Mas tu, o’ Menino Caçador, do recôndito do teu ser
deixa refletir o descuido, a falta de zelo da sociedade
que escraviza a tua infância já consumida pela dor
e que mata com desvelada crueldade
os teus sonhos e a tua esperança!
A caça que leva pelas tuas mãos pequeninas
é o alimento que sustentará teu corpo de criança
que o sofrimento, prematuramente, fez envelhecer
e que o peso da injustiça fez matar a infância!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008


Baila comigo!

Vem... Chega mais perto
Baila comigo
Esse bailado suave
Ao som da música
Que soa nessa grande nave...

Chega aqui
Baila comigo
Esse bailado sensual
Com passos que tocam
Nosso corpo sem igual...

Chega mais...
Baila comigo
Esse bailado louco
Que me leva ao frenesi
Em contato com meu corpo...

E, durante esse bailado, enfim
Estaremos nesse ensejo
Envoltos no mais frenético
E sensual desejo...
De nos amar sem fim...

domingo, 3 de agosto de 2008





Aflições do planeta

O planeta chora...
O cuidado com as armas
O descuido da vida.

O planeta grita...
O descuido das armas
O cuidado com a vida.

O planeta lamenta...
O cuidado com as drogas
O descuido dos homens.

O planeta implora...
O descuido das drogas
O cuidado com o homem.

O planeta suplica...
O cuidado com as águas
O descuido das árvores.

O planeta socorre...
O descuido das águas
O cuidado com as árvores.

O planeta está morrendo...
Pela falta de cuidado
Pelo excesso de descuido.

O planeta declara...
A verdade da incerteza
E a certeza da morte.







Poetrix

Calmaria

A luz tímida do sol na manhã calma
Banhava as águas límpidas da piscina
Que lavavam minh’alma.