Vem!... A última estrela já se apagou É tarde... preciso te falar. Vem... Há em cada pensamento escondido Uma imagem partida... de alguém.
Vem!... A lua já não tem seu brilho intenso Sua magia perdeu-se na ilusão Que fascinava o meu corpo tenso Sua luz era sonho na solidão.
Vem!... É tempo de reavaliar o que ficou Sentimentos mutilados, sem brilho Como a lua que, ao chegar radiante do sol Esmaece sem graça no infinito.
Vem!... Eu cá estou. No céu, a luz do sol Para curar as cicatrizes feitas Depois do abandono... Por que esperar um novo arrebol?
Vem!... Transforma tua inconstância Em presença sempre aceita Agora é a hora certa Para enclausurar ilusões desfeitas.
Vem!...
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Não sei ser romântico sem ser ardente. Mas sei ser ardente sem ser nada romântico. Minha essência é de ar e de fogo, e minha alma queima, baby... Augusto Branco
Têm para mim Chamados de outro mundo as Noites perigosas e queimadas, quando a Lua aparece mais vermelha São turvos sonhos, Mágoas proibidas, são Ouropéis antigos e fantasmas que, nesse Mundo vivo e mais ardente consumam tudo o que desejo Aqui.
Será que mais Alguém vê e escuta?
Sinto o roçar das asas Amarelas e escuto essas Canções encantatórias que tento, em vão, de mim desapossar.
Diluídos na velha Luz da lua, a Quem dirigem seus terríveis cantos?
Pressinto um murmuroso esvoejar: passaram-me por cima da cabeça e, como um Halo escuso, te envolveram. Eis-te no fogo, como um Fruto ardente, a ventania me agitando em torno esse cheiro que sai de teus cabelos.
Que vale a natureza sem teus Olhos, ó Aquela por quem meu Sangue pulsa?
Da terra sai um cheiro bom de vida e nossos pés a Ela estão ligados. Deixa que teu cabelo, solto ao vento, abrase fundamente as minhas mão...
Mas, não: a luz Escura inda te envolve, o vento encrespa as Águas dos dois rios e continua a ronda, o Som do fogo.
Ó meu amor, por que te ligo à Morte? Ariano Suassuna