terça-feira, 5 de agosto de 2008
Um olhar...
No meu mundo interior
Vejo um sol de meio dia
Queimar os pés magrinhos
De crianças em agonia...
Têm nos olhos opacos
A luz apagada da esperança
Falta-lhes uma côdea de pão
E a fantasia da infância...
Parece que a vida
Enrodilhou-se por dentro
E da parte vivida
Restou um corpo sedento
De alma caída...
São seres esquecidos
Que tento recolocar
Na mente de mulheres e homens
Que se dizem cidadãs e cidadãos
Que somem simplesmente...
Mas aparecem quando é eleição.
Idéias insolentes
De mentes apagadas
Num mundo inconseqüente
Onde tudo virou noite...
E a negra noite devorou tudo:
As crianças sem esperança...
Decepou desejo, sonho, ilusão
Na realidade da autofagia
Nesse mundo sem pão...
E isso não é magia, não!
Volto a olhar e miro
Miro e vejo: aqui, ali, adiante
Crianças de carinhas sujas
Pés no chão, sem alegria
Nas mentes apenas “garatujas”...
... De sonhos roubados
Apagadas as belas fantasias
No sol de meio dia...
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