quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Na janela
Na janela – Um Conto de Natal
Isabela dormiu... Dormiu serena e feliz, não antes de verificar se a pequena janela do seu quarto que dava para o quintal, estava aberta. Sim, deixou-a aberta e colocou ali seu sapatinho, conforme as histórias que lhe contavam os pais. Papai Noel viria naquela noite fria e deixaria sua tão sonhada boneca que cantava e dormia...
Mas a ansiedade que lhe tomava o pequeno coração, não a deixou dormir até o amanhecer... Despertou muito cedo ainda! Levantou-se pé ante pé e dirigiu-se à janela para ver se Papai Noel havia deixado lá seu presente de Natal, o objeto da sua alegria. Olhou com os olhos bem abertos e viu que nada havia ali... Uma lágrima rolou pelas faces alvas e macias como flocos de algodão. Não, o bom velhinho que visita todas as crianças não a visitara. Ele viria depois? Quem sabe deixara para passar pela sua casa mais tarde?
Tudo estava calmo e silencioso. Todos dormiam... Isabela chegou mais perto da janelinha do seu quarto e passou a olhar o céu. No alto, bem no alto do céu infinito, Isabela via as estrelas piscarem para ela. A lua redonda, redonda, ia alta naquela noite, passeando entre as nuvens... E a criança deixou-se envolver pelo belo espetáculo daquela criação divina! Debruçou-se na janela e o sono veio pesado, carregando-a para um mundo de beleza e magia! Visitou A Casa dos Brinquedos e ficou embevecida com todos aqueles brinquedos maravilhosos!... Adiante, viu a boneca dos seus sonhos. Correu até lá. Abraçou-a, beijou-a e cantou com ela uma doce e suave melodia... Tudo era tão lindo! As luzes que não se apagavam nunca, os anjinhos que tocavam flautas e traziam-lhe ternos sorrisos...
Era madrugada. As últimas estrelas já se apagavam e a lua já se escondera quase desmaiada, para dar lugar ao sol que despontava no horizonte, esbraseando montes e campinas. Isabela ainda dormia... Dormia e não mais sonhava... Não mais sonhava porque vivia... Vivia num mundo onde não existem pobres e ricos; as crianças são todas iguais e todas amadas pelo mesmo Pai. Isabela dormia... Dormia e cantava... Cantava e sorria...
Sua mãe, em pleno silêncio da manhã, estranhou o silêncio de Isabela! Adentrou seu quarto às sete horas e encontrara a filha, dormindo, debruçada na janela. A temperatura durante a noite e a madrugada caíra muito... Isabela estava gelada... Sem vida! O frio que vinha de fora enregelou seu débil corpinho, mas aqueceu seu coração que sorria. Lá, muito além da lua e das estrelas, Isabela cantava com os anjinhos uma doce se suave canção de Natal:
“Bate o sino pequenino
Sino de Belém
Já nasceu o Deus Menino
Para o nosso bem!”
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