Meu Flamboyant
Debruço na minha varanda
Para lembrar meu flamboyant
Trazendo alegria em ciranda
À ensolarada manhã.
Lembranças saltam da mente
E traz à tona a felicidade do dia
Em que joguei as sementes
Na terra ressequida que via.
Inundou meu ser saudade dormente
Dos dias da minha infância querida
Em que brincava e riscava somente
O chão encantado da minha vida.
Meu flamboyant de flores em cacho
Cresceu depressa e ficou adulto
E como eu gostava de ficar debaixo
Da sua sombra pra fazer meu culto.
Ali orava sob o olhar de Deus
Fazia prece para que o mundo
Não perdesse as graças dos céus
E caía em sono profundo.
Hoje, nós dois envelhecemos
E a saudade que em nós ficou
Vem nos dizer que tudo que vemos
É o homem com seu perfil destruidor.
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