sexta-feira, 22 de agosto de 2008


A Chuva

A chuva descia...
A chuva descia em grande volume
Sobre os meus olhos cansados de ver...
Apenas ver.
A chuva caía...
A chuva caía grossa e sonora
Pelos meus ouvidos estressados de ouvir...
Apenas ouvir.
A chuva molhava...
A chuva molhava intensamente
Todo o meu corpo que gemia por liberdade...
Apenas gemia.
Mas a chuva, insistentemente ,caía...
Era o milagre da natureza que se dava
E as águas escorriam cristalinas
Pelos meus pensamentos
Tornando-os cristalinos...
Já era tarde... muito tarde!
E, enquanto pensava, via atônita
meu corpo à vista com o vestido
De seda colado à minha pele...
Sentia-me livre nessa comunhão com a terra!
Meus cabelos molhados, espichados
Desceram até os meus ombros...
Minha boca bebia daquela água divina
Que caía do céu e encharcava
Meu corpo e minha alma!
Já andando assim pela noite
Pés descalços, chutava as enxurradas
E deixava meus pensamentos livres
Para pensar... era um momento místico...
Elevei uma prece ao Criador
E adormeci... Eram horas mortas...
Acordei refeita... Era outra pessoa!

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