sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Eu, apenas essa gota d’água
Do alto da montanha
Vejo o sol nascer...
Nasce pra mim, nasce pra você
E ilumina todos em toda a parte
Democraticamente...
Não podia ser diferente!
Nessa criação divina
Segregação não há.
Do horizonte infinito
Vejo a hora crepuscular
À minha frente, à frente de todos
E esse fenômeno fico a observar!
Faixas amarelas, roxas
Sombreadas de vermelho alaranjado
Riscam todo o espaço do meu céu
É a aurora matinal
Que precede a manhã luminosa...
Mais adiante, o lago azul!
Lago azul, manso e sereno
Nessa visão, descanso meu olhar
Vejo ainda a mansidão dos cisnes
Esbeltos, livres a nadar...
E eu, do alto da montanha
Apenas uma gota d’água a observar!
Uma gota que brotou da pedra
Na fria e silente madrugada
Cinzenta, orvalhada...
Uma gota apenas no arrebol
Que teima em ficar
Até ser absorvida pelo sol!
E o astro chega majestoso
Esparge sua luz nos campos e colinas
Joga seus reflexos luminosos
Nas grandes ou nas cercanias pequeninas
Em volta do lago azul sereno e manso
E engole tantas gotas d’água que já não alcanço!
E essas gotas vão-se juntar às nuvens
Que formam o todo inacessível
À visão do homem rude
É a unidade na amplitude
Que se divide em partes e volta à vida
Nessa roda viva onde me vi perdida!
E eu, apenas essa gota d’água!...
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