quarta-feira, 5 de novembro de 2008





Pedro Vinícius


Manhã calma de sábado
Céu claro e transparente
Sol ameno e suave
Pedro sereno e doente
Dormia nos braços da mãe

Na sala de espera do consultório
A criança era um símbolo de oração
Seu corpo era apenas o envoltório
Do espírito corajoso e lutador
Na seara da regeneração

Pedro dormia e sonhava
Talvez, com tudo que a vida lhe negou
A palavra de amor que não disse
O abraço apertado que não deu
À mamãe que tanto lhe amou

Aguardava Pedro a sublime travessia
Desse mundo para a outra vida
E tudo o que ele esperava e queria
Era a minha presença amiga
Ao lado da sua mãe neste dia

E, de repente, Pedro parou.
Parou de pensar, parou de sorrir, parou de sonhar
Partiu em paz e com muito amor
Ao encontro de Deus-Pai-Criador
Para algum dia novamente voltar

Pedro, você hoje não morreu
Na verdade, você hoje nasceu
Após seis anos de expiação.
E quem passou seis anos no colo da mãe
Viverá a eternidade em seu coração.

Brumado, 31.05.2003

Geraldo Leite Azevedo.

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